Paul Valéry e Anne Carson em torno do que não existe
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Resumo
Este ensaio propõe uma leitura da “Pequena carta sobre os mitos de Paul Valéry”, em cotejo com “Visibles Invisibles”, de Anne Carson – aproximação inusitada com a qual, adicionalmente, experimenta um método crítico carsoniano. Imaginando nesse escrito de Carson uma resposta à carta de Valéry, busca construir o diálogo entre os dois autores na atmosfera de uma correspondência extraviada em torno do jogo entre arte, ilusão e verdade. Mostra em especial como essa troca imaginada desloca e intensifica um paradoxo vital muito frequentado por Valéry e central nessa sua pequena carta: presença do que não existe. O ensaio parte da percepção de que a vida distópica que levamos hoje se deixa marcar por uma rarefação desse paradoxo vital, dispondo nesse horizonte a pertinência de pensá-lo.
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