Trans-humanismo, biopolítica e reconfigurações contemporâneas das relações de poder
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Resumo
O artigo propõe uma leitura crítica do discurso trans-humanista, ancorada na noção de biopolítica proposta por Michel Foucault. Considerando que o aspecto predominante em diferentes segmentos do trans-humanismo é o aprimoramento humano, podemos afirmar que as elaborações desse conjunto discursivo se fundamentam em uma definição biológica do homem e na defesa de sua transformação – através da genética, da biomedicina e de novas tecnologias – de forma tão significativa em sua extensão e alcance que levaria ao desaparecimento do ser humano como o conhecemos. Essa trama discursiva também mobiliza um sistema biomédico, fomentando por grandes corporações, pelo qual os indivíduos são incentivados a projetar e a aprimorar seus corpos em busca de um ideal produtivo. É a partir desses elementos que investigamos se estaria emergindo uma nova forma de biopolítica, centrada no corpo individual e em consonância com reconfigurações contemporâneas das relações de poder.
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